sábado, 4 de junho de 2011

Brasil e Oranje, um ano depois.

O Brasil teve muito mais posse de bola e propôs um jogo muito mais ofensivo. A Holanda, todavia, foi competentíssima, isolou Fred, anulou Neymar e Robinho e a falta de um meia inteligente, técnico e com visão de jogo para oxigenar os ataques de ambas as equipes deu a tônica a um jogo modorrento. A Holanda sem o Sneidjer e sem o Van der Vaart perdeu muito em capacidade de decisão, mas o Brasil deixou claro que é, de novo, uma equipe simples e previsível até em sua imprevisibilidade ("toque para os dribladores nas pontas para ver no que é que dá"). O Neymar foi o único destaque da partida, mas suas simulações foram ridículas neste jogo - para quem tinha parado com essa mania pelo Santos, ele parece ter voltado ao seu período negro do ano passado. O Brasil precisa de Ganso ou de algum outro jogador deste porte para orquestrar a equipe. Ou precisa mudar o jeito de jogar. Ainda está no começo dos trabalhos, desentrosada e tudo, mas Mano não é grande técnico e não sei se poderá revolucionar a equipe a tempo da Copa América. A conferir.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

La Copa Libertadores de la América y sus desafios a los equipos de Brasil

                                                Fonte: Digite "mariachis" no Google.                                                        
                                  "Libertadooooooooooreeeeees..."


O futebol brasileiro não é tão infinitamente superior na Copa Libertadores para que possamos desprezar nossos adversários como fazem tantos por estas bandas. Não significa também que os hermanos sejam de qualquer forma superiores às equipes do Brasil, claro que não. O Brasil é mais rico, produz um grande número de talentos e possui grandes equipes em diversos dos estados de seu território. Certas das equipes que disputaram essa Libertadores disputariam posição com times pequenos nos nossos Campeonatos Estaduais mais fortes, ao menos pelo nível técnico. O que acontece é que, como certos colegas já me ressaltaram, a Libertadores não é uma competição que se vence pelo nível técnico e só. Catimba, pressão, arbitragens para lá de mequetrefes, longas viagens, altitude, sabotagem, enfim... A Libertadores é uma competição peculiar.

Cientes disso, certos clubes com bons resultados recentes na competição misturam jogadores fortes (beirando a deslealdade, muitas vezes) a jogadores altamente técnicos como o Internacional e o Independiente, que venceu um Cruzeiro muito mais técnico em 2009. É natural que a essa altura da competição restem equipes que bem misturem técnica e garra, como o Vélez, por exemplo. O Peñarol parece-me uma incógnita - uma boa campanha, um time bem ajeitado, mas diante de um adversário muito superior e em excelente fase, talvez tudo o que reste sejam lembranças nostálgicas de um tempo em que contavam com Jara e disputavam títulos com Pelé e cia. Vemos um bom time do Cerro Porteño, mas Fabro, seu grande jogador, se é bom, não é fenomenal e Iturbe, seu jogador mais talentoso, não entra por covardia de seu treinador. Pelos jogos que vi do Cerro, creio que o Once Caldas era um adversário mais difícil para o Santos, bem como o time titular do América do México.

Assim como os gremistas e italianos, entendo que exista gente que defenda um estilo de jogo mais rude e tosco; sou santista, contudo, e prefiro firulas sem propósito a um carrinho de arrancar pedaço. Espero que, quem quer que vença - e que seja o Santos! - o faça por sua técnica e disciplina (hehehehe), e não por fatores como a conivência dos árbitros e a violência. A equipe da Baixada possui um técnico fantástico, um grupo unido e três jogadores de seleção (ainda que um deles esteja no estaleiro), além de alguns outros jogadores de alto nível, como Arouca e Danilo. Durval melhorou muito depois da volta de Muricy e Léo tem jogado como se tivesse três pulmões.

Agora, a despeito de tudo isso, que seria legal se Santos e Peñarol se enfrentassem novamente, ah, como seria...

terça-feira, 10 de maio de 2011

Irrevolucionário.

                                                      Tite, o telepata.


Eu nunca gostei das pessoas que reclamam das outras por quererem fazer "o diferente". Eu gosto de quem tenta sair da caixinha, de quem tenta colocar fogo nas coisas, de quem quer mudar tudo, revolucionar, tumultuar, desde que o maluco em questão queira mudar algo de fato e mudar para melhor. Eu gosto de quem não se conforma com as regras que engessam e limitam.

Eu não gosto, contudo, de quem quer falar diferente, se portar diferente, parecer diferente, mas que no fundo, no fundo, faz tudo igual.
O Tite é um desses.
Gosta de falar complicado, dar treinos bizarros e olhar para o mundo como se fosse um intelectual. Mas no campo mesmo, ele é um horror e faz tudo igual, retranqueiro como poucos. Como ele mesmo escreveu em seu twitter (@adenorbacchi), "A repetição é a arma para o sucesso, e aliado ao equlíbrio tático fazem nossa equipe subir no momento certo". Não que, em parte ou em certa forma não haja um pouco de verdade nisso, mas creio que a ousadia é muito mais valorosa - como quando Muricy, vendo o Santos dominado pelo São Paulo, tirou um atacante para colocar um zagueiro e a equipe ficou muito mais equilibrada.

Enfim, Tite é, para mim, um Celso Roth mais elegante, mais escolado. Ambos são até capazes de formar boas equipes, mas todas elas jogam do mesmo jeito triste, truncado, feio. Muricy, muito criticado pela retranca, fez o Flu jogar para frente e deu equilíbrio ofensivo e defensivo para o Santos. A diferença entre Roth, Tite e Muricy está, sobretudo, no fato de que o ex-são paulino sente os jogos como poucos e é entendido muito melhor por seus jogadores porque é um cara simples, direto, objetivo. Se não é revolucionário, também não finge ser e, apesar disso, constantemente tomou atitudes que foram contra a corrente - não por acaso é querido dos torcedores e jogadores e detestado por dirigentes, exato oposto de Tite, Roth e outros, como Ricardo Gomes.

Gosto mais de figuras como o Sérgio Guedes, que tentou chegar no futebol chutando a porta, apanhou e percebeu que não dá para jogar a placenta junto com o bebê e que nem tudo deve ser descartado, mas que é necessário que se mude algo - muitas vezes algo que nem mesmo se sabe o que é com certeza. Eu gosto mais de quem é inquieto. E não gosto de quem gosta de fingir esta inquietitude.

Um Ano Depois...

Havia muito o que falar, mas as coisas andaram difíceis na bola, no mundo e na vida. Uma coisa sobrepujou a outra e, no final, o blog ficou às moscas. Mas não mais! Cá estou eu, com muitos palpites e elocubrações e muito prá falar.

De lá para cá, o Santos foi campeão Paulista e da Copa do Brasil, o Fluminense levou o Brasileiro, a Espanha levou o Mundo com um futebol digno de 1x0s mas muito envolvente, o Real se reformulou com Mourinho e voltou a jogar muito, o Barcelona continua onipotente, onipresente e onisciente, Messi e Cristiano Ronaldo continuam sendo os melhores do mundo, Ganso e Neymar continuam brilhando mais intensamente do que todos os outros jogadores em nossa pátria, mas surgiu Lucas, do São Paulo, uma terceira jóia para abrilhantar o cocar tupiniquim. Na Europa, Kaká volta a engatinhar no futebol, Robinho é cada vez mais operário no Milan e cada vez menos estrela, os brasileiros continuam sem grandes destaques nos melhores times da temporada - Dani Alves, Maxwell, Marcelo, Fábio e Anderson não estão entre os jogadores pivotais de suas equipes, ainda que as componham muito bem. Na Libertadores, o nosso futebol, tão superior aos rivais da América Latina, mostrou que, apesar do brilho, era de vidro e se quebrou.

Santos decidirá a final contra o Corinthians pelo Paulista em casa. Palmeiras foi atropelado pelo Coritiba em uma noite maravilhosa, em que pude acompanhar o jogo em um delicioso jantar no América da Paulista, com companhias muito especiais - a da namorada e a de um amigo palmeirense. São Paulo saiu do Paulistinha em um belo jogo contra o Santos. Fluminense foi eliminado pelo Boavista, Flamengo tem Ronaldinho Gaúcho e foi campeão invicto, mas perdeu pro Ceará em casa e hoje joga para não sair da Copa do Brasil, Botafogo está um caco e Vasco está se reconstruindo.

Ufa! Isso porque eu nem me aprofundei ou me expandi muito, foi só o que lembrei em 10 minutos!
Bem, mas isso tudo que escrevi... todo mundo já sabia, certo?
Só que é bom colocarmos as coisas em perspectiva.
Veremos porquê...