quarta-feira, 14 de abril de 2010

Santos vs. São Paulo

Fonte: http://blogdotorero.blog.uol.com.br/

E no final, Durval, lúcido zagueiro vindo do Sport-PE, conhecido por não sorrir, não dançar e nem cantar, cabeceou para o fundo das redes, às costas de Rogério Ceni e dentro da pequena área. Cruzamento feito pelo enérgico Madson. O Santos venceu, por 3 a 2, uma partida em que poderia ter goleado, empatado ou perdido - todos estes resultados, em algum momento, se fizeram surgir diante dos olhos dos torcedores santistas ou tricolores.

O jogo teve um início disputado, mas, da metade ao fim do primeiro tempo, o Santos embalou e demonstrou parte de seu poder de fogo. 1 a 0, contra, em uma enfiada de Neymar, um cruzamento de Léo e uma finalização impecável de Júnior Cesar contra sua meta. 2 a 0 em uma assistência fantástica de Neymar e conclusão de André. Fim do primeiro tempo e muita reclamação do São Paulo em relação à expulsão de Marlos; ora, se o árbitro deu amarelo ao Neymar pela falta que cometeu em um belo drible do próprio Marlos, nada mais justo do que amarelar o são-paulino pela faltas que ele também cometeu - a primeira, em um drible, e a segunda, em uma perna meio-deixada no meio do caminho de Robinho.

Começo do segundo tempo, uma bola na rede pelo lado de fora e uma bola que quase entrou ambas em finalizações de Robinho, e então, 2 a 1, em uma bela jogada de Hernanes, com um belo corte que lhe garantiu liberdade e um belo chute que lhe garantiu o gol. 2 a 2, em um cabeceio do pequenino, franzino e briguento Dagoberto. Jogo amarrado, apertado e disputado. Saíram André e Neymar, apagados depois do gol que construíram juntos. 3 a 2, no último minuto. Gol de Durval, falha de Rogério Ceni. Muita reclamação por conta da expulsão de Marlos e de uma cotovelada de Ganso em Dagoberto, que lhe agarrara sem bola. Muita comemoração por parte dos santistas. O time agradeceu à torcida presente e voltou para casa.

Belo jogo. O Santos mostrou novamente que não sabe segurar o jogo, o São Paulo demonstrou que, ao contrário do que se vinha dizendo, não dependia somente de Marlos para fazer seu jogo correr.

Washington jogou? Cicinho deu velocidade ao meio e poderia ser melhor aproveitado; o time não sabe o que fazer com Cléber Santana e Léo Lima - bons jogadores em esquemas certos, mas que jogariam melhor na posição do Hernanes, uma vez que são habilidosos, lentos, chutam bem e sabem marcar. Naturalmente, portanto, são reservas, pois não jogam nem perto do futebol apresentado do segundo volante titular. Rodrigo Souto tem aos poucos voltado ao futebol apresentado na Baixada - rápido, brigador e consciente. O sistema defensivo do time foi bem, de modo geral, mas foi pego ora por falhas individuais, ora por movimentos de maestria do habilidoso ataque santista.

Já a defesa santista paga o pato por ter que dar conta de fundamentar o poderio do ataque da equipe. Arouca jogou (novamente) sua melhor partida contra seu antigo time e tem sido um excelente jogador, um monstro na cabeça de área, mas é um só; Léo e Wesley nas laterais operam praticamente como alas - o primeiro marca muito melhor, naturalmente, mas ambos são bastante ofensivos. Sendo assim, cabe a Durval e Edu Dracena, fortes e pesados, tentar fechar os espaços para contra-ataques que tenham fugido do primeiro combate; nem sempre dá certo, por melhor que eles se posicionem. Ganso e Marquinhos estiveram muito bem marcados e não tiveram espaços no meio para poder se infiltrarem e nem tiveram o brilho que vinham tendo. Neymar, Robinho e André perderam quase todos os combates para o sistema defensivo são-paulino. André, ora desaparecido, ora desguarnecido; Neymar teve alguns momentos de brilho, mas estive, em geral, apagados. Robinho jogou para a equipe, pôs a bola no chão, marcou e tentou, com pouco sucesso, dar a organizada que Ganso e Marquinhos não estavam conseguindo dar. Madson e Zé Eduardo entraram até que bem e, se não têm a qualidade técnica dos titulares, ambos têm muita vontade e velocidade; Zé quase marcou e Madson bateu a falta que Durval concluiu.

Na Vila, tanto Santos quanto São Paulo prometem jogar ofensivamente. O São Paulo vem desfalcado de Marlos e Santos talvez perca Ganso. Resta ver se o ataque santista consegue jogar com intensidade durante os 90 minutos e se o São Paulo consegue manter o 'estoicismo', como bem definiu Juca Kfouri. A despeito do resultado, o que se espera é que este segundo jogo seja tão bom quanto o primeiro; será que o gol de Durval foi, de fato, o gol do título? Será que Dagoberto vai perder o seu dente? Será que o Neymar vai entrar em campo?

Não percamos as cenas do próximo episódio...

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