quarta-feira, 7 de abril de 2010

"Que fase..."

                          Fonte: www.futebolforca.com

Muitos estão preocupados com a fase dos jogadores do selecionado brasileiro em seus clubes e temem que o plantel não estejam à altura dos desafios da próxima Copa. Kaká é o jogador que causa maior preocupação: repetidas lesões, má-fase técnica e a desmoralização decorrente do principal jogador do esquema tático da seleção supostamente poderia anular o esquema tático do time, dado que Júlio Batista, seu substituto imediato, não vem sendo titular nem mesmo na Roma. Luis Fabiano tem sido um artilheiro sem gols. Robinho... bem, não dá prá depender do Robinho. Quanto aos reservas, Nilmar tem melhorado no Villareal, mas não conta com o prestígio de seus competidores nas posições, e Adriano é uma incógnita até mesmo no Flamengo, mesmo fazendo seus gols.

Com isso, o ataque do Brasil, quem diria, correria o risco de afundar o time, ao passo em que o sistema defensivo desponta como ponto forte da equipe. Como solução, pede-se novas convocações, torcendo para que Dunga saia de sua zona de conforto e se arrisque. Creio que o técnico pense que o tempo para riscos passou: houveram dois campeonatos disputados, uma Olimpíada e o período das Eliminatórias para que os jogadores pudessem mostrar o que sabem. Existem dois argumentos medindo forças, portanto: 'ora, se quisessem tanto irem para a Copa, por que não se dedicaram o bastante nestes quatro últimos anos?' e, por outro lado, 'futebol é fase! o que interessa é o agora!'.

Dunga, com certeza, pelo que vem demonstrado, se apoia no primeiro argumento, enquanto que boa parte da torcida e da imprensa nacional, vendo Ronaldinho Gaúcho voltando a apresentar uma certa consistência em seu futebol e o surgimento de Paulo Henrique Ganso como um jogador cerebral clássico, acaba por se desesperar. Afinal, quem poderia melhor municiar o ataque e determinar os rumos de uma partida: Júlio Batista ou o Gaúcho? Júlio Batista ou o Ganso? Júlio Batista ou o esquecido, ignorado e apagado Diego, nesta triste Juventus?

Se o meia-atacante da Roma não é, de modo algum, um jogador grosso ou desprovido de talento, por outro lado, ele não é um jogador que se destaca pela visão de jogo. É dotado de muita força e vigor, capaz de desferir chutes potentes e se aproveita muito bem de suas características físicas ao se posicionar e disputar a bola com os defensores adversários. Por conta de sua explosão muscular, seria até mesmo capaz de simular as arrancadas de Kaká para operar os contra-ataques propostos por Dunga como elemento fundamental do padrão de jogo de sua seleção. No entanto, ele jamais demonstrou ter a visão de jogo de seu ex-companheiro de São Paulo.

As esperanças para a construção das jogadas acabarão recaindo, em caso de contusão ou decomposição técnica de Kaká, portanto, sobre um jogador que poderia muito bem lhe servir como assistente - no lugar do mais ofensivo dos outros três volantes titulares, Elano ou Ramires -, mas que não parece ser capaz de lhe substituir. Deste modo, a torcida acabará tendo que se contentar com viradas providenciais de um Luis Fabiano com a pontaria desregulada, com as faíscas de fantasia dos pés indolentes de Robinho, das subidas pelas laterais dos magníficos Maicon e Daniel Alves e de eventuais momentos de epifania de Elano, Ramires ou Felipe Mello.

Até pode dar certo: em 1994, Parreira levou Raí para atuar como o '10', como o enganche do losango de meio-campo, mas depois dos primeiros testes, desistiu dele e seu substituto - se não me engano, Zinho - também não era conhecido por sua visão de jogo e sim por sua habilidade. O futebol da seleção não agradava, mas funcionou, cobrando de seus jogadores obediência tática e disciplina. Sem Kaká, o Brasil provavelmente funcionará assim novamente; sem a genialidade de Romário, claro, mas com o melhor goleiro do mundo, uma defesa confiável e laterais arrasadores. Não vai ter a cara do futebol brasileiro, de qualquer forma - mas a intenção, afinal, é ganhar ou jogar bonito?

4 comentários:

  1. É, meu amigo... o negócio é trio santista no ataque!! Vamo torcer pela vitória da esperança sobre o obscuro, hahahah
    Abraços

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  2. realmente não acredito q vamos ver alterações na seleção neste momento, salvo no provável caso de alguns jogadores não disputarem a competição por lesão. Ai podemos ver uma ou duas convocações extras (ainda que não ache provavel, ai q mora a chance de surpresa). Espero ver o que vai ocorrer com o própiro Kaká e sua insistente lesão no púbis. E se ele não se recuperar e seguir neste ciclo joga/machuca que tem vivenciado? Talvez a entrado do Ganso seja oportuna, mais q a de um ronaldinho Gaucho q mais do q não ter a confiança do treinador, está desmoralizado com ele.

    Mas me pergunto o seguinte: não seria arriscado, no caso de uma ausencia do Kaká e convocação do Ganso, jogar esta responsabilidade nos pés deste garoto? Não estou falando nem pela capacidade tecnica dele, já demonstrada, mas não correriamos o risco de "queimar" um jogador com imenso potencial? sei lá... se fosse eu convocava outro armador... RESSUCITEM O ALEX!!

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  3. De fato, seria muita responsa - será que daria para o Diego? Ou o Alex (ex-Inter/RS?)... Mas o Alex (ex-Palmeiras e Cruzeiro), mesmo, não tem mais o físico de outrora e, se ele dormir em campo, o que fazer? O Kaká, mal, corre. O Alex, mal, dorme.

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  4. Jogar bonito! Título às vezes é o de menos...
    Vide Holanda...

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